A argamassa é amplamente utilizada em praticamente quase todas as construções civis. No entanto, saber qual é a melhor opção de aplicação já é uma outra história! Dessa forma, conhecer os principais tipos de argamassa significa poder escolher e acompanhar diretamente os trabalhos na sua obra.
A composição da argamassa é formada por cimento, areia e cal hidratada. Mas quando se torna necessária a aplicação de uma argamassa mais aderente, a utilização de aditivos é bastante comum.
A sua aplicação é bastante ampla, porém, os serviços que não podem dispensar a argamassa são:
- Nos rejuntes para a colocação de pisos cerâmicos, pedras e calçadas;
- Na impermeabilização dos revestimentos de paredes, tetos e muros;
- Também fazem a união entre blocos de concreto e tijolos;
- Nivelamento do contra piso.
Tipos de Argamassa
As argamassas depois de preparadas, apresentam ótima plasticidade e propriedades de aderência, isto é, a massa formada possui fácil aplicação. Portanto, o uso de uma simples desempenadeira já é o suficiente como ferramenta de manuseio.
No entanto a argamassa possui um tempo de cura, que decorrido fará com que a mistura adquira novas características, tais como, rigidez e boa resistência mecânica.
Os três tipos de argamassa são:
1- Argamassa Pronta
Nesse tipo de argamassa, basta adicionar a água e aplicar a massa nos locais desejados. Os aditivos incluídos na composição, por consequência, retem a umidade, evitando fissuras e uma secagem antecipada.
Esse princípio ativo cria bolhas de ar dentro da mistura, isso torna a argamassa mais macia, ao passo que facilita sua utilização.
Em contrapartida, se a argamassa passar do tempo previsto de mistura, ou seja, for batida demais, por consequência aparecerão bolhas em excesso e depois de seca ela pode vir a esfarelar.
2 – Argamassa Virada
A argamassa virada nada mais é que a massa feita no canteiro de obra. Geralmente o proprietário ou a construtora compram o cimento, cal e a areia. Utilizando uma betoneira, os componentes são dosados manualmente e misturados.
O grande problema que pode ocorrer é justamente na mistura. Cada carga abastecida na betoneira precisaria ser igual, ou seja, manter as mesmas quantidades de cada produto para produzir um mesmo traço de argamassa.
Com essas diferenças na dosagem dos componentes, é provável que algumas patologias apareçam em locais diferentes, já que dificilmente se poderá manter um mesmo traço, exatamente igual para cada setor da construção.
3 – Argamassa Colante
Assim como as argamassas prontas, elas vem ensacadas, bastando adicionar a água para utilizá-las.
Especificamente são usadas na colagem de revestimentos, como por exemplo nos pisos cerâmicos, azulejos, pedras, entre outros. Mas a pergunta que sempre dever ser feita é, ” qual o local da aplicação e o tipo de revestimento.” Tendo essa informação você não vai errar na hora de escolher o tipo da argamassa.
Particularidades
Quando a ideia é colocar um piso sobre outro piso, nem sempre as argamassas comuns garantem um resultado eficiente. O esmalte que reveste os azulejos faz com que sejam necessários aditivos mais potentes e específicos, assim como na aderência ao porcelanato, que requer uma argamassa colante própria para o produto, pois a taxa de absorção de aguá do porcelanato é de apenas 0,5 %.
Isso também ocorre com as pastilhas, blocos de vidro e rejuntamento, porque da mesma forma, existirá um tipo de argamassa que melhor atenderá cada situação.
As pastilhas precisam de uma massa mais fina que ao mesmo tempo funciona como aderente e massa de rejunte.
Para os blocos de vidro, a argamassa precisa ser muito flexível, aderente e impermeável.
Por fim o rejunte é um estudo separado, pois para cada produto existe um tipo próprio de rejunte. Nos porcelanatos por exemplo o rejunte é fino, nas áreas externas temos rejuntes indicados quando ocorrer tráfego pesado e outros quando simplesmente ficarem exposto ao sol.
Como fazer a aplicação
Como foi mencionado, cada aplicação precisa de um tipo de argamassa própria. Porém, alguns procedimentos são comuns e precisam de atenção:
- Limpar e umedecer a superfície;
- Preencher nichos e fissuras de impermeabilizantes;
- Regularização das juntas de assentamento;
- Atenção quando a superfície possuir muitos pontos que transpassem a impermeabilização;
- Os cantos devem possuir um raio de aplicação do impermeabilizante de no mínimo 8 cm;
- Prever as juntas de dilatação;
- Normalmente o tempo de descanso da massa antes da aplicação é de aproximadamente 15 minutos;
- A argamassa não deverá ser usada após duas horas e meia;
- Utilizar desempenadeira de madeira e logo após de feltro ou espuma no acabamento;
- A água é o principal produto a ser misturado antes da aplicação, geralmente a quantidade vem indicada nas embalagens.
Agora mãos a obra! Pois você já sabe quais são os principais tipos de argamassa, no entanto, ainda é preciso conhecer quais são os traços que formarão a massa, ou seja, a quantidade exata de cimento, cal e areia. Em síntese, esse conhecimento é justamente o que fará toda a diferença!
Principais Traços
O traço é uma porção definida em obra, isto é, depende do vasilhame disponível. O importante é que após definido o volume inicial, sempre se use a mesma quantidade.
Por exemplo, um balde de cimento passa a contar como “um”, em seguida se o traço pedir dois de areia, o mesmo balde deve ser utilizado.
1 – Traço 1:1:6 (um de cimento: um de cal: seis de areia) – Normalmente utilizado em construções estruturais de pequeno porte;
2 – Traço 1:4,5:0,5 (um de cimento: quatro e meia de cal: meio de areia) – Esse traço fornece a argamassa uma maior aderência e resistência na alvenaria estrutural, aumentando consideravelmente a sua tração;
3 – Traço 1:0,5:6 (um de cimento: meio de cal: seis de areia) – Não é tão resistente quanto o anterior, porém bem mais barato. Mesmo assim sua tração é maior que os demais. Muito utilizado no assentamento de tijolos;
4 – Traço 1:2:9 (um de cimento: dois de cal: nove de areia) – Essa medida é a mais usada na fabricação das argamassas.
5 – Traço 1:6 (um de cimento: 6 de areia) – Assentamento de tijolos sem cal;
6 – Traço 1:0,5:6 (um de cimento: meio de cal: seis de areia) – Não tão resistente, mas atende bem pequenas construções e com relação ao custo, é bem mais em conta que a maioria.
Valores médios e Rendimento
Não seria apropriado mencionar valores médios para a aplicação da argamassa. Pois seu preço varia de acordo com a mão de obra, fabricantes e inclusive a qualidade da água e da areia podem influenciar muito no seu custo final.
Seja como for, o importante é saber calcular a quantidade e o tipo de argamassa que será utilizada e em seguida realizar orçamentos levando em conta não só a qualidade dos componentes, mas também a da mão de obra.
Já com relação ao rendimento, resumidamente para as argamassas prontas é preciso 17 kg/m² na espessura de 1 centímetro.
Nas argamassas colantes a quantidade é de 5 kg/m² para colagens simples (apenas massa na parede para assentar o piso), e 9 kg/m² nas colagens duplas, (no casso dos pisos serem maiores que 30 cm x 30 cm, aplica-se argamassa também na peça).
Já quando falamos de argamassa de assentamento, estamos tratando das fiadas de tijolos ou blocos de construção. Uma fiada é justamente uma linha de tijolos, porém, antes de tudo cabe mencionar que as duas primeiras fiadas de uma obra devem estar impermeabilizadas.
No assentamento de tijolos com 6 e 8 furos o rendimento para um saco de cimento de 50 kg chega perto dos 16 m².
Nos blocos de concreto 30 m² e nos tijolos de barro maciço 10 m².
E então! O artigo lhe ajudou de alguma forma? Ou ainda está na dúvida de qual argamassa utilizar? Deixe sua pergunta ou mesmo alguma experiência que lhe aconteceu na execução da sua obra.
Veja como fazer o cálculo da quantidade correta de tijolos para um obra aqui!
Fabiano é Engenheiro Mecânico pós-graduado em Docência do Ensino Superior e especialista na construção de estruturas metálicas de médio e grande porte. Possui experiência na construção civil, principalmente em obras mistas. Defende uma engenharia sistêmica, mais humana e menos cartesiana. Preocupando-se com o estudo das partes que compõem a obra como um todo.