A caixa de gordura hoje é praticamente obrigatória em quase todos o municípios brasileiros.
Possui pequenas proporções, no entanto, sua importância não tem analogia com suas dimensões, pelo contrário, o papel que vem a desempenhar evita transtornos dentro das residências, bem como para as empresas responsáveis pela manutenção das tubulações de água e esgoto.
Porque é tão importante uma caixa de gordura bem instalada?
A caixa de gordura é o equipamento responsável por evitar que a gordura que vem pelo encanamento da pia se acumule e cause o entupimento dos canos.
Mesmo existindo vários tamanhos e modelos de caixas de gordura, todas funcionam com o mesmo princípio.
Os dejetos que descem pelo encanamento da pia, chegam até a caixa de gordura e são impedidos de sair por um sifão.
O sifão tem a função de reter a gordura impedindo que ela siga no encanamento mais a frente, onde a gordura acumulada gruda-se nas paredes e vai cada vez mais impedindo a passagem da água.
Seu funcionamento é simples: A água suja e engordurada é despejada na água que já está dentro da caixa no primeiro compartimento.
Devido a densidade da gordura ser menor que a da água, esta fica retida na parte de cima do primeiro compartimento.
Enquanto a água vai passando ao segundo compartimento por uma abertura na parte de baixo.
Portanto, sua importância está justamento nessa contenção da gordura e resíduos de comida.
Pois caso isso não ocorra, aos poucos a gordura, que funciona como se fosse uma cola, além dela mesmo endurecer, ainda segura toda a sujeira que vem pelos canos.
Aos poucos a água deixa de fluir, e diversos transtornos estão sujeitos a ocorrer, entre eles:
- Cheiro forte;
- Vazamento pelas tampas das caixas de gordura;
- Pias entupidas, isto é, a água não desce mais pelo ralo;
- Surgimento de insetos e roedores;
- Ainda mais, caso sejam tubulações compartilhadas, pode vir a prejudicar outros moradores.
Modelos de caixas de gordura
Existem basicamente 3 modelos que atendem a maioria dos casos e geralmente são fabricadas em alvenaria ou PVC.
Tudo vai depender da quantidade de cozinhas ou até da quantidade de pessoas que são atendidas, no caso de se estar tratando de um estabelecimento comercial.
A capacidade de retenção é que ira definir qual modelo de caixa de gordura será usada:
1 – Caixa de gordura pequena de 18 litros
Indicada para residências familiares com uma cozinha.
2 – Caixa de gordura simples de 31 litros
Quando ocorre de tubulações receberem a aguá e dejetos de duas cozinhas, nesse formato é necessária a utilização de uma caixa de gordura de 31 litros, de modelo simples, com dois compartimentos.
3 – Caixa de gordura dupla de 120 litros
Especialmente projetadas em caso de ter que receber de 3 a 12 cozinhas.
4 – Caixas de gordura especiais
As caixas de gordura especiais são projetadas levando-se em conta o volume e os horários de pico. Isso ocorre no caso de restaurantes, escolas, hospitais, etc.
A norma utilizada na análise dos casos acima é a ABNT NBR 8160
Instalação das caixas de gordura
Primeiramente uma vala deve ser aberta.
Aconselha-se contratar um profissional para executar o serviço.
Mas se no entanto você queira arriscar, vamos lá!
A vala dever comportar todas as dimensões da caixa de gordura, deixando um espaço de 10 a 15 cm nas laterais para o reaterro.
No fundo da vala deve se colocar areia e compactá-la antes de colocar a caixa.
As tubulações de entrada e saída devem estar colocadas, isto é, a tubulação de entrada vem da cozinha e a tubulação de saída vai direto para a caixa de inspeção.
Assim sendo, a instalação da caixa de gordura é executada depois que a construção esta levantada.
Mas não é necessário que seja paralelo às instalações hidráulicas internas. Bastando que o encanador deixe as saídas de água da cozinha prontas do lado externo.
Mas com toda a certeza deverá ser executada antes da concretagem de pisos, ou calçadas.
Caixa de Inspeção: São pequenos tanques por onde a água sem gordura passa livremente. Ela possui uma tampa de acesso para visualização e é justamente essa a sua principal função, visualizar possíveis bloqueios de fluxo de água – Uma vez que várias caixas de inspeção são ligadas na rede doméstica antes de se conectarem a rede principal de coleta.
Em seguida encaixe todas as peças manualmente e logo após aplique adesivos plásticos nas ligações.
Depois do encanamento montado, assente muito bem o reaterro até ficar firme. Por último coloque a tampa.
Limpeza
Primordialmente a limpeza deve ser feita a cada 6 meses. O procedimento é fácil é rápido, embora nem sempre o cheiro seja agradável.
Algumas caixas possuem cestos de contenção, portanto basta retirá-los e jogar toda a gordura e sujeira acumulada no lixo orgânico.
Entretanto, algumas caixas de gordura precisam que a limpeza seja feita com espátulas ou algum tipo de recipiente. Tome cuidado para não sujar a pele, o cheiro pode permanecer por um bom tempo impregnado.
Outrossim, ainda pode-se usar determinadas bactérias que se alimentam da gordura. Elas são vendidas em farelo, e contribuem muito na hora da limpeza mecânica.
PVC ou Alvenaria
De maneira quase idêntica, tanto a caixa de gordura de alvenaria quanto a de PVC, similarmente atendem aos requisitos a que se dispõem. Salvo alguns detalhes:
As caixas de gordura de PVC contam com paredes mais lisas, ou seja, menos encrustamento de sujeira.
As tampas possuem sistema de vedação superior que por conseqüência não deixam o cheiro sair nem insetos de entrar.
As tampa de alvenaria, podem sofrer ondulações na fabricação, ou mesmo fissuras, que venham a permitir a entrada de insetos e a saída de odores.
Ainda que as caixas de gordura de alvenaria sejam bem vedadas, as caixas de PVC ainda superam as convencionais pela rapidez de montagem.
E agora? Esta mais seguro para montar sua caixa de gordura? Mas se ainda tiver dúvidas nos escreva! Vamos ajudar a resolver suas dúvidas.
Fabiano é Engenheiro Mecânico pós-graduado em Docência do Ensino Superior e especialista na construção de estruturas metálicas de médio e grande porte. Possui experiência na construção civil, principalmente em obras mistas. Defende uma engenharia sistêmica, mais humana e menos cartesiana. Preocupando-se com o estudo das partes que compõem a obra como um todo.